De Segunda a Sexta, 300 palavras por dia.

22
Ago 08

Rosa encontrava-se presa na sua masmorra à mais de um mês. No entanto não se dava por derrotada, nem desanimava, pois o seu carcereiro tinha-se apiedado dela e concordou em ajuda-la a fugir. O plano era muito simples: fingia que morria e trocava-se o seu corpo vivo por uma carcaça de porco.
Nessa noite deu-se a troca, e Rosa fugiu a cavalo disfarçada de rapaz.
“E agora que fazer?” Era no que pensava Rosa, enquanto cavalgava pela estrada que a levaria à Capital e ao seu Real marido. Já se tinha decidido a vingar a morte do Pai e das Irmãs, mas como? Pensara em mata-lo, mas a morte parecia-lhe pequeno castigo. Roubar-lhe o reino e exila-lo para os desertos a sul, onde o sol forte e a secura da terra lhe dariam cabo da sua preciosa derme! Rosa surpreendeu-se com a crueza dos seus pensamentos, mas isso não lhe refreou a imaginação.
- Sangue paga-se com sangue. E com sangue, vai o Príncipe pagar!
Chegou à Capital um dia depois da notícia da morte do Rei. Como era costume, toda a nação tinha de cobrir as faces com cinza durante os três dias de nojo. Rosa sorriu. Tinha um Plano!

O Príncipe mal cabia em si de contente. O seu velho e encarquilhado pai tinha falecido e acabara de receber a notícia da morte da esposa. Agora, esperava ansiosamente que lhe aplicassem a máscara de argila que lhe restituiria a leveza à pele, perdida durante os maus-tratos do luto.
A mascara foi colocada, e causou-lhe tal dor que desmaiou.

*

Rosa tinha a sua vingança. O Príncipe, enlouquecido ao ver a cara toda queimada, foi engaiolado na mais bela e confortável divisão do Palácio, o Quarto-dos-Espelhos. Os urros que de lá saíam eram música nos seus ouvidos. Finalmente, Rosa era Feliz!

publicado jjnopants às 00:01
editado por B. T. Estanqueiro em 26/08/2008 às 17:27
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