- Meus senhores, apresento-vos o próximo planeta a conquistar! – Começaram as ovações e os viscosos sorrisos esverdeados – Terra! – O esperado anúncio foi recebido com grande entusiasmo pelos presentes na sala.
Uma voz ergueu-se timidamente:
- Por onde iniciaremos a nossa marcha de conquista?
- Tenho intenções de vos esclarecer do nosso grandioso plano. Começaremos por um pequeno país, Portugal! Durante anos mantivemos espiões, estamos actualmente instalados em todas as suas estruturas políticas e sociais. Continuamos a promover alterações na língua deles para facilitar a sua assimilação, conseguimos mexer os cordelinhos para assinarem um documento que corromperá a sua língua e depois os seus pensamentos.
- Será suficiente?
- Obviamente que não, por isso introduzimos outras estratégias. Todo o povo está hipnotizado com jogos de futebol, telenovelas, jogos online, fogos postos no Verão, políticos corruptos. O que lhes sobra?
Trocaram-se comentários sussurrados pelos presentes, uns acenares de tentáculos, até uma nova interrupção:
- Lamento …
- Identifique-se, por favor!
- A minha identificação não tem grande valor por estes lados, talvez vos interesse mais o que tenho para dizer. Os portugueses não vão ser passivos à conquista.
- São um povo primitivo, pouco fizeram mais do que usar a roda.
- Não é bem assim, a partir do próximo mês já temos o I-Phone – diz isto a retirar uma máscara, revelando um rosto humano – um terror percorre a sala e mais máscaras são retiradas. Das 20 criaturas 13 são humanas.
- Mas como?! Vocês nem conseguem mandar sondas até Marte…
- Meu caro, vencemos sempre. Nós portugueses iniciamos a descoberta do espaço há muito mais tempo do que vocês julgam, e temos espiões em todos os lados em que a vossa cultura toca. Basta de conversas, vamos dar cabo desta escória espacial. Tiros e gritos que não se ouvem no vazio do espaço marcaram o momento, e apenas uma série de cadáveres extraterrestres podem explicar o que aconteceu.