Certa vez uma borboleta atreveu-se a criar um parque de fantasia para insectos doidivanas, quando nada disto era esperado dela.
Não fazia parte dos projectos de vida de borboletas “normais” criar mundos de fantasia, mas esta borboleta tomou tal decisão; sem a realizar nada mais teria sentido.
Quem achava que a conhecia não percebeu e talvez até a própria nem soubesse dar uma resposta totalmente convincente. Apareceu-lhe sobre a forma de uma inquietação, um desejo incontrolável ainda quando se encontrava em forma larvar e ao sair do casulo já tinha ideias mais concretas.
Até os insectos doidivanas (que supostamente iam ser o público-alvo de tão engenhoso projecto), se questionaram da possibilidade de ser aquela borboleta a conseguir fazê-lo. É algo que nós sabemos ser comum, muitas vezes sabemos que algo tem que ser feito, ninguém avança para o fazer, quando alguém toma a iniciativa todos discordam dessa pessoa e levantam obstáculos.
A Mãe da dita borboleta foi a pessoa que mais gritou com ela, os amigos disseram-lhe “’tás parva!”. A borboleta ficou sozinha e não desistiu, ergueu estruturas, solidificou parecerias e continuou o seu projecto... quando o Inverno chegou o frio congelou-lhe as asas e retirou-lhe a vida, um denso manto de neve tapou tudo. Os primeiros raios de sol surgiram e levantaram o lençol de neve, despertando assim o que estava por baixo. Mostrando então um lindo mundo de fantasia que a borboleta tinha construído, mas como desta nada se sabia... uma barata vigarista assumiu aquela criação como sua e geriu aquele mundo maravilhoso de forma oportunista, e viveu cheia de dinheiro para sempre... mas infeliz por ter de viver consigo mesma.
A História não memorizou o nome da borboleta, resta-nos pensar num nome para ela e deixar que fique na nossa memória e que nos inspire.