Todos os adultos daquela casa tinham as calças ensopadas de mijo. Cinco homens depois da casa dos quarenta anos assustados de uma forma que apenas esperamos de uma criança. Cada um deles segurava uma espingarda pronta a disparar, respirava de forma ofegante e mantinha os olhos escancarados. Uma porta abriu e a confusão espalhou-se por todos os recantos da realidade.
A notícia espalhou-se, 2 polícias foram mortos ao tentarem dar resposta a um pedido de socorro numa casa junto à Ribeira de Gaia. Os pormenores da história estavam ausentes e as pessoas não se preocuparam muito com a situação. “Coisas dessas acontecem”, “Este mundo anda maluco” e coisas desse género ficaram na cabeça das pessoas.
As pessoas que tanto opinaram sobre este assunto, não chegaram a saber o que se tinha passado no interrogatório. Os cinco homens capturados não conseguiram dizer mais que xiribi (ou seria ziribi?), a sua capacidade de comunicação estava seriamente comprometida.
Dois dias mais tarde, este nome tornou a ser pronunciado desta vez durante um delírio febril de uma criança em Portimão. As autoridades não vieram a saber deste dado. Nas ilhas, mais precisamente na Terceira, deu à costa uma estranha arca com um livro antigo, arca foi aberta… Curiosamente coincidente com o dia do incidente em Gaia mas ninguém se apercebeu.
Um dos homens envolvidos no incidente de Gaia, começou a ouvir uma voz, diferente aos ecos dos seus pensamentos, apenas material novinho em folha. Numa noite chuvosa, passados cinco anos, mudara completamente, tornara-se escritor e compilou uma obra de pensamentos de nome “Legado de Xir’ibi”. Por motivos que ainda hoje desconhecemos, esse livro tornou-se de leitura obrigatória em todos os anos do ensino obrigatório.
Depois disso já sabem, foi a noite em que Xir’ibi desceu dos céus e assumiu a liderança do nosso país.