Cinquentão, bem parecido, a sua vida sexual andava pela “hora de morte”, como se queixava aos amigos: “Devagarinho ou mesmo parada!”.
Passavam-se tempos, uma eternidade para si, em que não tinha o prazer de fazer amor com a sua mulher, ou porque lhe doía a cabeça, raios partam as mulheres com as suas dores de cabeça ou porque estava cansadas, pois sim, cansado também andava ele, física e emocionalmente, cansado de tantas desculpas que a sua mulher arranjava para “não cumprir a sua obrigação de esposa” e ele que tanto queria dar-lhe a assistência devida ao homem do casal…
Nos encontros virtuais do MSN conheceu uma mulher divorciada, quarenta anos, embora aparentasse uma década a menos. Palavra puxa palavra, duna acima, duna abaixo, uma mão lava a outra, as duas lavam a cara, em menos que nada, começaram a falar de sexo.
Ele queixava-se da indiferença da esposa.
Ela queixava-se da falta de mimo ou atenção ou amor. Queixava-se também de ter tido umas quantas experiências sexuais fracassadas, de algumas erecções falhadas, outras rápidas de mais, que terminavam antes de começarem.
Ela não queria envolver-se com um homem casado. Não queria ser um vértice de um triângulo escaleno, de certeza. Mas ele convenceu-a. Ela foi ter com ele.
Era de facto, muito sensual. Dançou para ele. O corpo dela tocava e roçava no dele, deixando-o louco. Ele começou a ficar fora de si. Mas um pensamento invadiu-o lhe a mente: “Não posso falhar. Não posso falhar! Não posso falhar!!... Vai ser fabuloso, não posso falhar!!!”
Quando estava a colocar o preservativo, descontrolou-se e teve o orgasmo mais intenso e frustrante da sua vida!