Adão e Eva viviam felizes no paraíso. Tudo era providenciado. Não tinham tentações. Tudo perfeito.
Aqui a história divide-se em duas interpretações:
A espiritual – Adão e Eva (humanos primevos) viviam no paraíso da sua natureza. Os seus cérebros não tinham zonas ocultas ou sombrias, trabalhavam directamente com as almas, a essência natural pura da consciência. Depois, chegou um intruso (a Serpente) que destruiu o paraíso, o que provocou traumas que dão origem ao nascimento do Ego (o Demiurgo, o Sol Negro, Lúcifer, etc) na mente. O Ego, providenciando uma sobrevivência na emergência da destruição interna e externa do paraíso, necessita de apoderar-se dessa ligação directa entre a alma e o ser (persona, máscara, personagem) e passa a exigir obediência, agindo como sendo um intruso, uma voz externa, um Deus poderoso.
A histórica – Adão e Eva são, após a destruição do estado primevo, fabricados genéticamente como os escravos perfeitos para laborar nos jardins paradisíacos dos auto-proclamados Deuses, os invasores, conhecidos como Mestres-Serpente. Eram perfeitos pois não tinham capacidade de compreender que eram escravos. Antes, no entanto, os Mestres-Serpente tinham tentado um cruzamento entre os seus próprios genes (elevado intelecto egóico, baixa empatia) e os dos humanos primevos (elevada criatividade e empatia, elevado intelecto comunitário). Isto falhou; os Filhos da Serpente revoltaram-se, abandonaram os criadores e provocaram a revolta Adâmica elucidando as Evas, as mulheres da raça escrava. Surge o segundo êxodo e os Deuses irados lançam uma guerra cataclismica.
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Sinto um pontapé nas costas e uns braços fortes levantam-me. Sou atado e lançado a uma fogueira já acesa. No último vislumbre vejo o sacerdote, com o seu olhar frio e cruel, rindo-se da minha derradeira tentativa de despertar os escravos. Eles entreolham-se, sentem a ameaça... e acabam por aplaudir a minha morte.